quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fordismo, Toyotismo e Volvismo

    


     Fordismo, Toyotismo e Volvismo são sistemas adotados para buscar uma melhoria, cada um com suas performes e métodos em organizações para gerar melhores resultados da melhor forma.


Fordismo

     Na visão do mercado de trabalho quanto sob o aspecto da organização, os tempos mudaram, e a realidade atual é outra diferente do foco mecanicista que foi a chave do sucesso de muitas organizações.
      A Ford buscou verticalizar-se totalmente do sistema altamente burocratizado com problemas, que não tinham soluções práticas, que tinha que produzir tudo o que era necessário dentro da própria empresa, pois era necessário ter prazos de entrega mais rígidos.
     Um dos principais motivos do declínio da empresa nos anos 30 foi que Ford mesmo não tendo ideia de como gerenciar globalmente a empresa sem centralizar todas as decisões, estava produzindo em massa tudo o que precisava, achava necessário, pois para ele era produzir e produzir em massa.
      Chegando do Japão muitas concorrências, aconteceu que implantou um rígido sistema de controle e assim criando vários modelos que atendessem melhor o mercado Sloan , que conseguiu resolver o impasse vivido pela Ford. Esse modelo funcionou bem por um bom período de tempo, mas após isso começou a demonstrar esgotamento.
           

Toyotismo


     Na linha de produção Toyoda e Ohno criaram técnicas inovadoras e descobriram que é mais barato fabricar pequenos lotes de peças diferentes entre si do que lotes enormes e homogêneos mesmo com as dificuldades.
     A Toyota, com seu sistema de flexibilidade obteve sucesso em tirar proveito das necessidades do mercado consumidor e também a se adaptar às mudanças tecnológicas. Na Toyota a complexidade técnica na produção em massa teve como resposta a formação de grupos sob uma liderança forte integrando as áreas de processo, produto e engenharia industrial.
     O sistema Toyota tem como sua vantagem a sua maior adaptabilidade ao ambiente, pode ser também visto como a melhora do Fordismo, o que equivale a dizer que o sistema está sujeito às mesmas contradições de seu antecessor.

            
Volvismo


     Como principais pontos desse tipo de sistema, podemos dizer a aprendizagem e a inovação, que podem ser observados em até organizações inteiras. Tambem o alto grau de experimentalismo se destaca, pois desafia os princípios fordistas e toyotistas.
     A inovação de tecnologias e conceitos nas plantas de Kalmar, Torsland e Uddevalla, é também um exemplo do conceito de produção diversificada de qualidade que vêm caracterizando a Volvo, uma empresa sueca, seu objetivo é executar um trabalho ergonomicamente perfeito, que torne os operários mais saudáveis.
     Sua organização do trabalho é baseada em grupos, cada um deles consegue montar um carro completo em duas horas. Um conceito que leva esse sistema de produção a várias alterações é que tambem 45% da mão-de-obra é feminina.
     Para enfrentar a necessidade de demanda por produtos variados, competitivos e de alta qualidade, a Volvo se ajustou às necessidades e combinou aspectos de produção manual com alto grau de automação, permitindo a imensa flexibilidade tanto do produto quanto do processo.


por: Larissa Moraes

terça-feira, 21 de junho de 2011

Trabalho e gestão de si – para além dos “recursos humanos”

     
      O capitalismo comtemporâneo demanda um trabalhador crítico, questionador, dinâmico, inovador, criativo e inteligente, e não mais aquele homem monótono e repetitivo do modelo.
      Uma outra subjetividade que demanda nos dias atuais é uma invenção cujo sujeito e objeto se engendrando no ato do conhecimento, ou seja, se originando, construindo-se e modificando-se, sem precedentes.
     O processo de subjetivação se refere a formas de estar, pensar e sentir o mundo, atravessada por questões políticas, econômicas, sociais e múltiplos elementos complexos e heterogêneos.


Contribuições da Ergonomia 


     A Ergonomia da atividade Situada contribuiu para o estudo do trabalho e para a diferenciação de trabalho prescrito e trabalho real.
     Trabalho prescrito é o conjunto de condições determinadas, da tarefa predefinida e dos resultados a serem obtidos, o trabalho real é aquele que de fato é realizado. O trabalho efetuado não obedece ao trabalho esperado, pois quando uma pessoa realiza a tarefa, encontra diante de si de várias fontes variáveis como, panes, disfuncionamentos, dificuldades de previsão, fadiga, diferença de ritmo, efeitos da idade, experiência.


A Compreensão da Ergologia sobre o trabalho 


     Para a ergologia (abordagem que estuda o trabalho em sua dimensão micro) trabalhar é a atividade de seres humanos situados no tempo e no espaço e que se dá no acontecendo da vida.     
 Os estudos ergológicos afirmam o que o movimento dos trabalhadores já afirmava: a prescrição nunca é suficiente para dar conta da produção exigida, o trabalho nunca é mera execução. 
     A ergologia, a abordagem puridisciplinar a que ela se propõe exige que qualquer disciplina envolvida se repense e se retrabalhe através dos pressupostos:

       · Noção de atividade;
       · A consideração da existência de um campo de debate de valores em todas as atividades realizadas;
       · A existência de uma dialética universalidade-ressingularização ou macro-micro; 
       · Que se considere a existência de um regime de produção de saberes.

     No ambiente de trabalho Nada acontece da mesma forma de um dia para outro ou de uma situação de trabalho para outra. É nesse sentido que o trabalho é infiel. Yves Schwartz aponta para o fato de que essa infidelidade é dirigida como um uso de si e não como mera execução.
     O segundo pressuposto da abordagem ergológica é: se o trabalho mobiliza aspectos subjetivos do trabalhador, então o trabalho é também sempre um debate de valores. Ao se deparar com a prescrição, cada um vai ressingularizá-la do seu jeito, de acordo com seus valores e com sua história individual e coletiva.
     O terceiro pressuposto é: a dialética entre universalidade e ressingularização aponta para a necessidade de interligar as questões micros e macros, é saber adequar-se, crescer, ampliar-se.
     O quarto pressuposto da abordagem ergológica assinala na direção de um regime de produção de conhecimentos como dispositivo em três pólos: o pólo dos conceitos, o da experiência e um terceiro, ético e epistêmico, fazendo a ligação entre os dois. É a pessoa sendo convocada em toda a sua subjetividade. Outro uso que é o uso de si por si mesmo, a renormalização singular realizada pela atividade humana.


Recursos Humanos


     Até a década de 70 os recursos humanos aconteciam em torno do modelo taylorista-fordista, onde o trabalhador era visto como um repetidor que poderia ser usado e descartado como qualquer outro recurso da empresa. A partir da década de 70 uma nova crise capitalista internacional surge, novamente, nos os mundos do trabalho junto com grandes transformações tecnológicas e organizacionais. A supremacia do capital financeiro descola o capital da ordem produtiva, se acirram a competição e a concorrência por novos mercados e as novas tecnologias e formas de organização do trabalho.     
     O novo momento do capital necessita de um trabalhador não apenas qualificado, então surge a necessidade de um “super-profissional”, altamente qualificado para aceitar às novas exigências do capital.
     Mais do que um simples modismo a primeira grande mudança é alteração do nome do campo de trabalho de Recursos Humanos para Talentos Humanos ou para Gestão de Pessoas. Do ponto de vista da Ergologia é a constatação de que as pessoas são mais do que um recurso manipulável. 
     Na Ergologia poderíamos falar em Gestões com Pessoas, na medida em que gestão é sempre plural e coletiva. Em toda a atividade de trabalho existe uma dimensão gestionária, sendo impossível gerenciar a partir de um deserto de gestão.
O trabalho, definitivamente, não pode mais ser visto como uma seqüência de operações repetidas, programadas, padronizadas, mas torna-se uma seqüência de eventos que se cruzam, modificam-se e ultrapassam o saber e a ação de um único indivíduo.
     Com a mudança na seleção de pessoas, levam mais em consideração questões como satisfação do cliente, clima no ambiente de trabalho e melhoria de processos internos, com pessoas que mostrem seu potencial.
     Qualquer prática na área de Gestão de Pessoas deve partir das experiências dos trabalhadores.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Visão sistêmica




Teoria de sistemas

     A teoria geral de sistemas surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwing Von Bertolanfly, ela busca produzir teorias e formulações conceituais para aplicações na realidade empírica. Os pressupostos básicos da teoria geral de sistemas são:
·         Existe uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais
·         Essa interação parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas
·         A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento científico , como as ciências sociais.
·         A teoria dos sistemas desenvolve princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ciência.
·         A teoria dos sistemas conduz a uma integração na educação científica
·         Bertanlanfly critica a visão que se tem do mundo dividida em áreas diferentes, com física, química, biologia, psicologia, sociologia. São divisões arbitrárias, com fronteiras solidamente definidas e espaços vazios (áreas brancas) entre elas. A teoria geral de sistemas afirma que se deve estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de sua parte;

Conceito de sistema

     O conceito de sistema foi abordado no capítulo dedicado á Abernética. A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado.
     Sistema é um conjunto ou combinações de coisas ou partes, formando um todo unitário.

Característica dos sistemas

     Os sistemas apresentam características próprias e é um conjunto de elementos interligados para formar um todo. O todo apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos isolados. É o emergente sistêmico: uma característica que existe no sistema como um todo e não existe em seus elementos em particular.
     Da definição de Bertalanfly, decorrem dois conceitos: de propósito ( ou objetivo) e de globalismo ( ou totalidades). Ambos retratam duas características do sistema:
1-      Propósito ou objetivo: o sistema tem um ou mais propósitos ou objetivos. As unidades ou elementos (ou objetos), definem um arranjo que visa sempre um objetivo ou finalidade a alcançar.
2-      Globalismo ou totalidade: Qualquer estimulação em uma unidade do sistema afeta todas as unidades devido ao relacionamento existente entre elas. O sistema reage globalmente a qualquer estímulo produzido em qualquer unidade. Das mudanças e dos ajustamentos contínuos do sistema decorrem dois fenômenos: o da ENTROPIA e o da HOMEOSTASIA.
 A ideia de sistema envolve conectividade, integração e totalidade.


Tipos de sistema

Há uma variedade de tipologias para classificar os sistemas, como:
Quanto às sua constituição, os sistemas podem ser físicos ou abstratos:

·         Sistemas físicos ou concretos. São compostos de equipamentos, maquinaria, objetos e coisa reais. São denominadas hardware. Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho.
·         Sistemas abstratos ou conceituais. São com de conceitos filosofias, planos, hipóteses e ideias. Os símbolos representam atributos e objetos que, muitas vezes, só existem no pensamento das pessoas. São denominadas software.

     Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos:

·         Sistemas fechados: Não apresentam intercâmbios com o que os circunda, pois são herméticos a toda influência ambiental. São sintomas mecânicos, como máquinas e equipamentos.
·         Sistemas abertos: Apresentam relações de intercâmbio com o ambiente através de inúmeras entradas e saídas. São adaptativos às condições do meio. Mantém um jogo recíproco com o ambiente e sua estrutura é otimizada quando o conjunto de elementos do sistema se organiza através de uma operação adaptativa. A adaptabilidade é um contínuo processo de aprendizagem e de auto-organização.

     Sistemas vivos (organismos)
·         Nascem, herdam seus traços estruturais
·         Morrem, seu tempo de vida é limitado
·         Têm um ciclo de vida predeterminado
·         São concretos – o sistema é discreto em termos físicos e químicos
·         São completos – o parasitismo e a simbiose, são excepcionais

Sistemas organizados (organizações)
·         São organizados, adquirem sua estrutura em estágios
·         Podem ser reorganizados, têm uma vida ilimitada e podem ser reconstruídos
·         Não têm ciclo de vida definido
·         São abstratos – o sistema é descrito em termos psicológicas e sociológicos
·         São incompletos: dependem de cooperação com outras organizações. Suas partes são intercambiáveis
·         O problema é definido como um desvio nas normas sociais.


por: Larissa Moraes

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Toyota


O modelo Toyota: Uso da Excelência Operacional como Arma Estratégica


Qual é o segredo do sucesso da Toyota?

     A inacreditável consistência no desempenho da Toyota é um resultado direto da experiência operacional, é baseada em parte, nos métodos de melhoria da qualidade e ferramentas que a Toyota tornou famosos no mundo da indústria, como:
O Just-in-time foi desenvolvido na Toyota para combater o desperdício, mas procura também colocar o componente certo no lugar certo e na hora certa, e utilizar a capacidade plena dos trabalhadores para que sejam produzidos itens de qualidade.
O kaizen (mudar para melhor), é uma filosofia comportamental e organizacional voltada para a melhoria contínua, a eliminação de perdas em todos os sistemas de uma organização.
O Jidoka ou autonomação e inteligente é um dos pilares do Sistema Toyota de Produção,  foca a separação do trabalho do homem e da máquina pela automatização de um elemento simultâneo de baixo custo.
O Heijunka significa sequência, análise da produção, seu objetivo  é amortecer as irregularidades da procura comercial produzindo por pequenos lotes vários modelos diferentes na mesma linha.
      Essas técnicas ajudaram a provocar a revolução da ‘produção enxuta’. Mas ferramentas e técnicas não são armas secretas para transformar uma empresa. O contínuo sucesso da Toyota na implementação dessas ferramentas origina-se de uma filosofia empresarial mais profunda baseada na compreensão das pessoas e da motivação humana, seu sucesso baseia-se em sua habilidade de cultivar liderança, equipes e cultura para criar estratégias, construir relacionamentos com fornecedores e manter uma organização de aprendizagem.
O Sistema Toyota de Produção (STP) e a Produção Enxuta

     O Sistema Toyota de Produção é a abordagem única da Toyota para produção. É a base para grande parte do movimento de ‘produção enxuta’ que domina as tendências industriais há aproximadamente 10 anos. A razão é que maior parte das empresas concentra-se demais em ferramentas como 5S e just-in-time, sem compreender o conceito de ‘enxuto’ como todo um sistema que deve permear a cultura de uma organização. Na maioria das empresas onde o conceito é implementado, administração superior não se envolve com as operações do dia-a-dia e com a melhoria contínua que o constituem, diferente da abordagem da Toyota.
     O que exatamente é uma empresa enxuta?

     A produção enxuta é definida como um processo de cinco passos: definir o valor do cliente, definir o fluxo de valores, fazê-lo ‘fluir’, ‘puxar’ a partir do cliente e lutar pela excelência. Para ser uma indústria enxuta, é preciso um modo de pensar que se concentre em fazer o produto fluir através de processos ininterruptos de agregação de valor (fluxo unitário de peças), um sistema puxado que parta da demanda do cliente, reabastecendo somente o que a operação seguinte for consumir em curtos intervalos, e uma cultura em que todos lutem continuamente para a melhoria.
     A Toyota desenvolveu seu sistema de produção após a Segunda Guerra Mundial, em uma época em que enfrentava conções empresariais muito diferentes das da Ford e da GM. Enquanto estas utilizavam-se de produção em massa, economias de escala e grandes equipamentos para produzir máximo possível de peças com o menor custo possível, a Toyota no Japão pós-guerra tinha um mercado reduzido, teve que produzir uma variedade de veículos na mesma linha de montagem para satisfazer seus clientes. Assim, a chave para suas operações era a flexibilidade, quando você reduz o lead time e concentra-se em manter flexível as linhas de produção, realmente obtém uma melhor qualidade, melhor resposta de clientes, melhor produtividade e melhor utilização dos equipamentos e do espaço.
     O foco da Toyota nas décadas de 1940 e 1950, lançado sobre a eliminação do desperdício de tempo e de material e cada passo do processo de produção - desde a matéria prima até os produtos acabados- foi determinado para lidar com as mesmas condições que a maioria das empresas enfrenta hoje em dia: a necessidade de processos rápidos e flexíveis que deem aos clientes o que eles desejam, quando o desejam, com o máximo de qualidade e a um custo interessante.     O foco no ‘fluxo’ continua a ser base para o sucesso internacional da Toyota no século XXI.
Porque as Empresas Frequentemente Pensam que são enxutas, mas não são.

     Todas as ferramentas de apoio do conceito de enxuto, como troca rápida de ferramentas, trabalho padronizado, sistemas de puxar e verificar erros, eram essenciais para a criação do fluxo. Mas, líderes experientes da Toyota continuavam a me dizer que essas ferramentas e técnicas não eram a chave do STP. O poder por trás do STP era o comportamento administrativo de uma empresa com o permanente investimento em seu pessoal e promoção de uma cultura de melhoria contínua.     O modelo Toyota vai muito além de uma série d ferramentas enxutas, como o ‘just-in-time’.
     A Toyota precisou de décadas para criar uma cultura enxuta e chegar onde está e ainda acredita que está recém começando a entender o Modelo Toyota.
     O problema é que as pessoas tomaram um determinado conjunto de ferramentas como sendo o profundo ‘pensamento enxuto’. O modo de pensar enxuto baseado no Modelo Toyota envolve uma transformação cultural muito mais profunda e mais abrangente do que a maioria das empresas pode sequer imaginar.
     O modelo Toyota é uma lição, uma visão e uma inspiração para qualquer organização que queira ser bem sucedida a longo prazo.    


  por: Larissa Miranda de Moraes